sábado, 17 de outubro de 2009

Leitura sob nova Perspectiva - do Papel ao KINDLE


Esta semana a Amazon Books do Jeff Bezos (aquele carequinha com olhar angelical e jeito de primo pidão) trás pro Brasil o KINDLE, um leitor eletrônico. Por 1000 reais, você baixa mais de 200.000 títulos de livros em inglês direto do site da Amazon, via conexão wireless comum. Quando lí isso na Veja (14/10/09), bateu a nostalgia. Fui perguntar pro “Seu Google” quais as chances de o livro começar a morrer e me deparei com um pensamento do colunista-colaborador do jornal Gazeta do Sul (Santa Cruz do Sul/RS), Juarez José Cognato, que deu o que pensar. Segundo ele, “os livros ficarão muito bem, pois não são apenas a informação que eles contém”. Sabedoria dos anos, moço. E diz mais: “O danado é portátil, caro de piratear, dura uma barbaridade e não se perde informação com bugs e paus de arquivos”.

Eu concordo com o Juarez. Pedro Herz, dono da rede Livraria Cultura, diz que tem clientes que não trocariam o cheiro de um bom livro de papel por nenhum leitor eletrônico - faz todo o sentido. Se pensarmos em termos de Brasil, o próprio hábito de ler alguma coisa ainda é um desafio por aqui. Segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro (Folha On Line 16/03/2007), O brasileiro médio lê 1,8 livros não-acadêmicos por ano, menos da metade do que se lê nos EUA ou na Europa. Em uma pesquisa recente sobre hábitos de leitura, os brasileiros ficaram em 27º em um ranking de 30 países, gastando 5,2 horas por semana com um livro. Los hermanos argentinos ficaram em 18º. Esse desinteresse, segundo Marino Lobello - da Câmara Brasileira do Livro (CBL), tem razões culturais. Um passado histórico de escravidão dificultou o acesso ao ensino e à cultura. O rádio chegou antes por aqui com força nos anos 30 e as bibliotecas ainda penavam para decolar. Até hoje ainda não são o “must” (pergunte a um jovem de 14 anos se gostaria de visitar uma biblioteca como programa de final de semana - vai ouvir uns grunhidos). Mas é líquido e certo, vai ter espaço pra todos. Quem sabe não temos aí um empurrão no gosto pela leitura por parte do brasileiro? E também na busca de melhor qualidade do que é impresso, porque não? Capas mais atraentes, papel de melhor qualidade e menos poluente e, o que já se faz em publicidade, tentar que o consumidor tenha outras sensações (cheiro, gosto, etc..). Inovar é sempre o desafio, até pro Livro. Mas 1000 pratas pelo KINDLE ainda tá beeem salgadinho...

Um comentário:

  1. Daniel, achaste meu blog sem querer ou tu sabes que ele meu? Se foi sem querer é uma MEGA coincidência!! heheh Olhando as fotos tu lembra de mim?
    O link é este: tita-in-trento.blogspot.com
    Beijos pra ti e pra Déia
    Patrícia

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