Meu avô faleceu em 1990. Depois do velório, fui pra casa pensando numa homenagem solitária pra ele, do meu jeito, do melhor jeito que eu podia. Meu recurso era o desenho. Fiz uma charge onde ele subia um escada rolante e no final, Elvis, Elis Regina, Carlitos, Cazuza (e não me lembro mais quem) esperavam. Num salão de festas, se não engano, todo mundo lá sorridente pra abraçar o Seu Antônio em sua última jornada. Não sei onde coloquei o desenho, tá em alguma pasta guardado (prometo procurar e publicar). Quando vi o desenho do cartunista Quinho em homenagem ao Ex-Vice-Presidente José Alencar (ao lado), lembrei do meu avô. Mundo pequeno esse. Meu avô não era empresário do ramo têxtil, mas foi micro empresário do pão. O Seu Antônio foi entregador de pão em carroça, mal chegado de Portugal e, de pão em pão, foi fazendo uma bem sucedida carreira de dono da antiga Padaria Brasil (nem sei se ainda existe), até ficar doente lá por 1970. Não foi preciso ficar rico pra ganhar o respeito e o apreço de quem com ele conviveu. E nisso, o ex-vice falecido e meu avô eram meio parecidos, acho eu. Não sei porque mas tenho a impressão de que um José Alencar sem fortuna e sem papel político-social seria tão respeitado quanto meu avô.
Até provem contrário, salvo o patrimônio, ele e meu avô eram muito parecidos. Ter mais Zés e mais Antônios como estes Brasil afora, já seria bem melhor pra todo mundo. Valeu Vô, valeu Zé Alencar (não o "de Alencar", escritor).
fonte: Blog do Quinho.
fonte: Blog do Quinho.