domingo, 27 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar, até breve

Moacyr Scliar - Acadêmico de humildade inexplicável 
Soube da morte de Moacyr Scliar pelo desabafo da amiga Fernanda Denardin: "Não chore muito, é perigo até de um peixe entrar-lhe no olho!!" Lamento! Morreu Scliar, médico dedicado a literatura. Conheci Scliar e estive com ele diversas vezes. Sujeito simpático e acessível, de uma modéstia inexplicável. As colunas dos jornais, a literatura pra jovens e adultos, perdem um excelente escritor. Nós perdemos uma boa leitura que estaria por vir - mas Scliar deixou herança pra todos aqueles que quiserem”.
Restou pouco pra dizer, Fernanda. Há muitos anos estive com o Dr. Moacyr Scliar para fazer-lhe algumas perguntas, um bate papo para um trabalho acadêmico sobre a Indústria Farmacêutica no Brasil. Eu que esperava encontrar um escritor famoso, encontrei um ser humano admirável, sentado ao canto de um sofá de uma sala de visitas no prédio do Jornal Zero Hora. Fala mansa, pausada, atencioso ao extremo. Me deixou desconcertantemente à vontade.
Cinquenta anos de literatura, oitenta livros, prêmios Jabuti, trabalhos versados para o cinema, cadeira na Academia Brasileira de Letras (ele sim, por mérito)... Dizia: "Não preciso de silêncio, não preciso de solidão, não preciso de condições especiais. Preciso só de um teclado". A literatura brasileira ficou menor sem ele. Pelo médico, pelo escritor e pelo homem. Até breve, Moacyr Scliar. 

Saudades da maior poltrona do meio

Momento de frustração – chegar no check in e verificar que só sobraram assentos do meio. Coisa mais comum do mundo. Momento de alivio imediato: Quando você, já instalado na sua poltrona do meio, percebe que algum dos assentos ao seu lado não vai ser ocupado e a aeromoça anuncia “embarque encerrado”. Engraçada essa aversão natural pelo assento do meio. Em transportes onde o assento não é marcado, é normal inclusive encontrar um livro posto “displicentemente” no assento do meio por quem já ocupa uma das poltronas da fileira. Aquela tentativa de evitar invasão de território, ter que roçar cotovelo, essas coisas.
Passei por um momento trágico, certo dia: Sentei na minha poltrona do meio, mantendo aquele estado de alerta normal, louco por um assento de corredor. Não tive sorte, nenhum vagou. Mas quando um camarada com cerca de 150 quilos distribuídos em um metro e noventa de altura veio se deslocando pelo corredor vagarosamente, comecei a suar. Ele vinha e seu olhar parecia dizer: “quero sentar do seu lado, meu camarada”. Gente fina, simpático e espaçoso, bem espaçoso. Por duas horas, precisei ficar semi-inclinado para o outro lado, quase sentando no colo da senhora que estava na janela. Doloroso.
Ryan Air e a poltrona para passageiro em pé.
Pela cara do sujeito, deve ser bem "agradável"
De forma alguma faço qualquer alusão preconceituosa a pessoas grandes (até porque meu próprio IMC é acima de 40, então tá tudo certo). Sou solidário e acredito que a própria pessoa não se sinta confortável estando espremida ou espremendo alguém involuntariamente. Há muitos anos, a TAM inovou e criou a poltrona do meio maior. A inovação foi tão fantástica, tão imaginativa e hoje me pergunto: quanto significou de economia pra TAM abrir mão dos tais centímetros a mais de poltrona? A concorrência aumentou, o número de passageiros aumentou e continua aumentando, mas o tamanho dos assentos segue diminuindo. Quanto custa a uma empresa que um dia foi inovadora, dar um passo pra trás? A KLM anunciou uma solução "inteligente": na classe executiva, as poltronas do meio ficarão vagas. Eu juro que tentei não acreditar nisso. Tragicômico.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A minha é sem etiqueta, por favor.

Hames - há 10 anos sem etiquetas
Não consigo entender etiquetas de camisas, aquele pequeno pedaço de pano, normalmente mais denso que o tecido da roupa. Nunca passa despercebido, arranhando o pescoço ou a lateral da barriga quando se coloca uma camisa. A etiqueta, por tabela, tem o dom de ampliar reações claustrofóbicas. Etiqueta é tortura, o som raspante já configura ato terrorista. Não foram uma nem duas camisas as quais precisei mutilar com uma tesoura (que normalmente só faz estrago, devido ao tamanho diminuto da costura) pra tirar a praga da etiqueta. A reação é imediata, gerando uma descarga de mal estar.  Nunca encontrei ainda quem tivesse essa aversão declaradamente. Se tem, não fala – se não fala, gosta. Manda então costurar umas doze etiquetas pra ver como fica a urticária. Com medo de ser considerado também um anormal, preferi guardar minha aversão só pra mim e pra quem me conhece bem. Quando tinha uns cinco anos, ganhei dos meus pais uma camisa laranja com uma enorme estrela branca no peito feita de silk plastificado, chique na época. A roupa era de um tipo de lã acrílica e a gola tinha um zipper enorme que fechava a camisa tipo gola de padre. E a camisa era de grife chique, Petistil, se não me engano. Não sei hoje, mas naquela época, dar para as crianças uma camisa dessa grife era o must. No meu caso, foi "the worst". Não esqueci jamais a sensação claustrofóbica e urticante daquele tecido roçando na pele, lembrar me faz suar frio.  
Mas fui redimido de forma célebre das tais etiquetas - Erasmo Carlos desabafou, num desses programas da Fernanda Young, que tem ojeriza pelas etiquetinhas e deflagrou uma campanha contra elas. E me senti vingado também ao ouvir falar no TAGless (sem etiqueta). Essa tecnologia, bem usada em roupas esportivas há anos, vem ganhando força nos EUA, mas por aqui não vi muito ainda (?). Não vejo que o tagless seja o futuro, já é o passado atrasado e urgente. Toda vez que me deparo com uma vitrine onde uma camisa social é oferecida a 100 reais (algo como menos de 60 dólares), aquela etiquetinha ali à moda antiga é um insulto ao conforto (e ao bolso). Caro demais por um produto de menos. Aplicar um transfer à quente é coisa de dois séculos passados, não é tecnologia que deva ter algum mistério - então porque aqui a coisa não emplaca? Preste atenção às suas próximas compras e vamos de vez erradicar esse mal soberbo. Evite comprar roupas que, mesmo caras, vem com etiqueta. Ajude àqueles que, como eu, tem hipersensibilidade a essa praga. Nossos pescoços e barrigas agradecem...
fontes: Moda point wesite & Wikipedia

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sul Amerciano Juvenil de Squash 2011 - El pequeño matador es brasileño.

Um brasileirinho, lourinho, gente fina, sorriso sereno. Vinícius passaria despercebido em frente a um bom Nintendo Wii, perfeitamente integrado ao papel legítimo de um dos tantos garotos de 10 anos de idade desse país. Mas não é bem assim. Dê uma raquete de Squash na mão desse jundiaiense e o bicho pega. Vinícius Berbel agora é Campeão Sul Americano de Squash na categoria sub 11. O título veio na semana de 14 de fevereiro de 2011, em quadras paraguayas, com direito à transmissão televisiva. O Sul Americano aconteceu no Clube Internacional de Tênis (Assuncion/Paraguay)  e contou com a participação de mais de 100 atletas de 8 países (Argentina, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Venezuela), divididos em 13 categorias. O Brasil foi campeão também por equipe e foi a maior delegação presente, com 25 jogadores – essa turma toda foi responsável por trazer na bagagem de volta 8 medalhas de ouro, 3 medalhas de prata e 7 de bronze, não é pouca coisa.
Vinícius Berbel (centro, atrás da bandeira) com parte da delegação brasileira em Assuncion, Paraguay
Segundo Paulo Berbel, o Berbelzão (nosso correspondente exclusivo) “O Sul Amerciano Juvenil de Squash já teve 11 edições e é a primeira vez que o Brasil é campeão deste torneio, o que mostra o alto nível do trabalho que vem sendo realizado com nossos jogadores juvenis desde 2009, através do Circuito Juvenil Brasileiro – o que abre boas perspectivas para o nosso bi-campeonato no Chile em 2012”. Abaixo, a lista da nossa super delegação do Squash!
Jogadores - Caio Magnani (SP), Carolina Raucci (SP), Cassiano Silva (RJ), Diego Gobbi (SP), Fábio Palmer (MG), Fernando Ferreira (MG), Frederico de Oliveira (MG), Gabriel Brito (MG), Giovana Guarezi (SP), Giovanna Ambrozi (SP), Giovanna Veiga (MG), Giulia Baldissera (SC), Mairin Motta (SP), Marcelo Braga (MG), Omar Cherulli (DF), Pedro Gomes (MG), Pedro Palmer (MG), Pedro Veiga (MG), Pérsia Serafim (PB), Renata Furletti (MG), Victória Cansini (PR), Vinícius Berbel (JUNDIAI - SP), Vinícius Cansini (PR), Vitor Magnani (SP) e Wagner Braga (MG).
Treinadores - Raquel Del Corto (SP), Renato Gallego (SP), Rodrigo Gambini (SP) e Vinícius Rodrigues (MG). Auxiliares - Cézar Cansini (PR) e Eduardo Penna (MG). Delegado - Daniel Penna.
Essa semana prometo tomar vários "tererês" com erva bem mentolada, em homenagem ao nosso Vinícius Berbel. Entonces Quien Estornudar, Salud! 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Neuromarketing 2 (ao avesso) - O Sadismo da Telefonica

No artigo anterior falamos de Neuromarketing - Agora apresento a anti-campanha do anti-engajamento anti-cliente, rudimentar ao extremo, anti-tudo que já vi sobre Marketing. Uma técnica chamada "Sadismo para com o Cliente". Um dia de janeiro, minha mulher liga para o atendimento da Telefonica com um singelo pedido: queremos transferir o número de telefone da minha casa para o escritório (para aproveitar o número), um serviço de web banda larga (Speedy) também para o escritório e uma linha nova para a minha casa. Quase três semanas, sete ligações e um total aproximado de 4 horas de espera telefônica, apresento os resultados - primeiro, cortaram meu telefone e meu serviço de web em casa e nada de linha instalada no escritório. Brigas e escândalos telefônicos após (até uma denúncia pra ANATEL rolou, mas sem consequências, ao que parece), voltamos ao zero e mudamos o pedido, pra dar uma forcinha: mantenham minha linha telefônica e web em casa e instalem ambos os serviços (novos) no escritório. Instalaram a linha do escritório, mas não a web e continuei sem internet em casa. Mais brigas, mais empurra-empurra, sopapos, "chutamos o pau da barraca" e cancelamos o pedido, mudando de operadora...mas apenas no caso do escritório. Explico: na minha casa somos reféns da Telefonica, pois outros serviços não chegam lá por “falta de demanda”. Minha atitude de pura maldade em mudar de operadora, não ficou sem uma perversa represália (só pode ser) - continuo sem web em casa apesar de reiterados barracos junto ao Call Center da Telefonica e ao departamento de “Assuntos Críticos” que dá sempre a mesma resposta: “Nós vamos estar abrindo o protocolo e estar solicitando o reparo em 72 horas”. Só não nos disseram de que mês e ano.
Nem queiram mapear meu cérebro pra buscar sensações reais e emocionais. Ninguém da Telefonica ia querer saber dos meus instintos mais primitivos nesse momento. Mas espere um pouco, talvez a estratégia seja esta mesma. Um mapeamento para descobrir o que enerva o cliente, suga sua auto-estima, o que o faz desenvolver acessos psicóticos para com a marca e a empresa. Só que eu não pedi pra participar deste estudo...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Neuromarketing - "what people don't know they know"

Doutor Gerry Zaltman

O desafio das grandes marcas: aumentar o engajamento do consumidor, criando conexões de confiança e significado – awesome, mas como fazer isso? Que tal juntar um especialista em neurociência e outro especialista em marketing? Isso pode dar no que? No mapeamento do cérebro do individuo para entender como uma pessoa define suas escolhas ou o que leva uma determinada pessoa (ou grupo) a comprar esse produto e não aquele outro. Qual o caminho dessa escolha? Quais reações racionais e emocionais são desencadeadas por um individuo ao ter contato com um determinado produto e pra onde isso aponta?  Esse conjunto de idéias aparentemente soltas é a proposta básica do Neuromarketing – em suma, é scannear o cérebro do sujeito atrás de respostas comportamentais que mostrem porque gosta de comprar isso e não aquilo. É considerada uma ciência médica á serviço do marketing.
Gerry Zaltman começou os primeiros estudos sobre Neuromarketing em Harvard, em meados dos anos 90, estimulado por algumas empresas que já demonstravam interesse pelo tema. Ele desenvolveu e patenteou o ZMET (Zaltman Metaphor Elicitation Technique), um processo de mapeamento cerebral que analisa e interpreta o comportamento inconsciente do indivíduo analisado.
A Nike investe não mais pra vender produto simplesmente, mas com foco em ajudar corredores a ter melhor performance. Muito mais do que anunciar laptops, a Samsung veio com a proposta de investir em estações de trabalho para viajantes em aeroportos mundo afora. Entender profundamente o comportamento do consumidor para daí extrair uma proposta de valor pautada em reciprocidade – isso é mais que Marketing. E, apesar das críticas e polêmicas que envolvem o Neuromarketing, não vejo motivo pra alarde. Estamos apenas levando o hábito de ser paparazzi do consumidor à última instância. Se isso for feito de forma ética e com objetivos comprovadamente éticos, o que é que tem de mais?
fontes: blog WiseGeek, "What is Neuromarketing - Kelly Margo", artigo "Nova Arte na Pós-modernidade? - Lucas Gonzaga Júnior" & wikipédia .

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Francesa Sanofi compra Genzyme por US$ 20,1 bilhões


A gigante farmacêutica francesa Sanofi-Aventis encerrou meses de incerteza hoje, ao anunciar que está comprando a companhia de biotecnologia norte-americana Genzyme por US$ 74 por ação, o que equivale a um total de US$ 20,1 bilhões, mais um direito de valor contingente (CVR, na sigla em inglês). A Sanofi disse que os conselhos administrativos de ambas as companhias aprovaram o acordo, que deverá ser concluído no início do segundo trimestre. Além do valor por ação, cada acionista da Genzyme receberá um direito de valor contingente, ou uma promessa de pagamento futuro, se o medicamento Lemtrada, para o tratamento de esclerose múltipla, bem como os volumes de produção do Cerezyme e do Fabrazyme, usados no tratamento de doenças raras, atingirem metas específicas. Os pagamentos ligados ao CVR, cuja maior parte estará relacionada às vendas do Lemtrada, poderão alcançar até US$ 14 por ação.
A Sanofi iniciou sua ofensiva para adquirir a Genzyme em meados do ano passado. A companhia francesa foi atraída pelos medicamentos da empresa americana para o tratamento de doenças raras. As informações são da Dow Jones. (Clarissa Mangueira - Agência Estado - na integra). 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Evoluir tem um preço – Sul Americano Juvenil de Squash 2011 (Asuncion/Paraguay)

Cadê o Squash no “Se Espirrar, Saúde!”? Boa pergunta. Apesar de estar afastado por 30 dias por uma distensão (não é culpa do Squash. Culpa de uma mochila pesada a qual eu simplesmente desconsiderei os conselhos pra usar uma com rodinhas), as novidades continuam.
05 de fevereiro, 2011 – Vinícius Berbel, o Berbelzinho fez o último treino de uma série de 4 treinos com Ricardo “Perna” Ferreira. Segundo o paizão, Paulo Berbel, foram duas horas por dia de treino puxado – “na volta pra casa, Berbelzinho vem quase sempre desfalecido no carro”. Todo o esforço fez parte do preparatório para o SUL AMERICANO JUVENIL DE SQUASH que está acontecendo em Assunção (Paraguai) de 14/02 a 20/02, no Clube Internacional de Tênis. A seleção juvenil tem 25 atletas (meninos e meninas) de 10 a 18 anos – tem gente de todos os cantos do Brasil, como Curitiba, Jundiaí, Ribeirão Pires, Brasília e outros. Excelente oportunidade para integrar talentos precoces do Squash latino-americano. Mas já pensou essa garotada toda solta pelos corredores do Hotel Olímpico?
Berbelzinho, sucesso nessa empreitada e mande notícias!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Na música, nas empresas, na vida

Wynton Marsalis
Perguntado sobre como contrata pessoas, respondeu: “tem que ter conhecimento, ser bastante original, gostar de trabalhar em equipe e lidar com compressão”. Uma resposta assim caberia na boca de qualquer líder empresarial de destaque - desde que pratique, claro. Mas não; Veio de Wynton Marsalis músico americano estrelado e fundador da Jazz at Lincoln Center Orchrestra em entrevista à Harvard Business Review. Sobre liderança: “Quando jovem, era duro demais com os músicos. O pessoal que tocou comigo me ensinou a ser melhor. Aprendi a ter uma direção clara. Se a pessoa for indecisa ou fraquejar, não há como segui-la”.  
Não preciso falar sobre Wynton Marsalis...assista o vídeo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sanofi e a compra da Genzyme

A Sanofi-Aventis SA está demorando mais do que se previa para analisar a Genzyme Corp., que ela planeja comprar, mas as duas empresas estão confiantes de que podem selar um acordo no começo desta semana, disseram pessoas a par da questão.
A farmacêutica francesa tinha esperança de anunciar um acordo hoje de manhã, mas a avaliação das finanças e das instalações industriais da Genzyme tomou mais tempo do que previa, acrescentaram as pessoas.
Elas disseram que a Sanofi quer se assegurar de que faz uma vistoria rigorosa da empresa americana de biotecnologia, por causa de problemas industriais no passado que paralisaram temporariamente uma fábrica da Genzyme em 2009.
As partes ainda estão de acordo com os termos gerais de uma associação e esperam que o negócio seja anunciado em breve, disseram as pessoas a par da questão. Os conselhos de ambas as empresas estavam fazendo reuniões ontem para se informarem sobre as negociações, mas não havia nenhuma votação programada, disseram as pessoas.
A Sanofi aumentou sua oferta pela Genzyme, concordando a princípio em pagar em torno de US$ 74 por ação em dinheiro, ou cerca de US$ 19 bilhões. Sua oferta inicial era de US$ 69. Os acionistas da Genzyme também receberiam um direito de valor contingencial com o qual podem receber pagamentos adicionais se a empresa cumprir certas metas.
O direito, que os investidores poderiam negociar numa bolsa de valores, teria um valor de negociação inicial de aproximadamente US$ 2 por ação, disseram pessoas familiarizadas com a questão. O direito teria um valor final de US$ 5 a US$ 6 caso a Genzyme atinja certas metas de vendas para uma droga usada no tratamento da leucemia, que está também sendo testada contra esclerose múltipla.
fonte: The Wall Street Journal na íntegra.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Prótese de Silicone - com os dias contados

Tudo que é de fábrica funciona melhor. Esse pensamento não se aplica só à compra de um carro com àr condicionado, air bag, sistema de som - é uma lei da natureza, por assim dizer, comprovada principalmente nos consultórios de cirurgia plástica nesses últimos tempos. O uso do silicone pra preenchimento da mama está sendo gradativamente substituído pela utilização de células-tronco existentes na gordura da própria paciente. Isso porque se descobriu que o tecido adiposo tem 500 vezes mais células-tronco por grama que, por exemplo, a medula óssea (foco de toda e qualquer discussão relacionada ao assunto células-tronco). E a percepção de risco e benefício é diferente, pois a paciente é naturalmente mais resistente a furar o osso do que a extrair a gordura abdominal indesejada, cujo método, aliás, já é bastante conhecido em cirurgias estéticas, a famosa lipoaspiração. No caso do aumento dos seios, o resultado é de médio-longo prazo e permite um ganho de até dois números no soutien. Isso relegaria o já conhecido recurso das próteses de silicone às pacientes muito magras ou que foram vitimas de mastectomia por câncer de mama (o novo método ainda está em fase inicial de estudo para esse tipo de paciente).
Enxertar gordura de uma parte do corpo em outra parte não é exatamente uma novidade. A técnica existe há mais de 20 anos e com relativo sucesso. Enriquecer o tecido adiposo com muito mais células-tronco do que o normal possibilita aumento considerável das taxas de sucesso. Isso porque tradicionalmente o risco de o organismo reabsorver o enxerto é sempre elevado. Com a gordura enriquecida, esse risco cai, resultando em comprovado aprimoramento da técnica.
Nos EUA, o uso da gordura da própria paciente para aumentar os seios ainda não é aprovado pelo FDA, mas em 100 consultórios da Europa o processo está em estágio avançado de estudo. No Brasil, o laboratório Excellion, um verdadeiro criatório de células-tronco, foi montado justamente para trabalhar com o enriquecimento da gordura, um processo constituído de várias etapas. Por enquanto o uso por aqui da gordura enriquecida com células-tronco está limitado ao preenchimento facial, em combinação com o ácido hialurônico (Restylane, Juvederm, Perfecta, por exemplo).  Finalmente uma técnica que "enxerta" mais bom senso no uso do silicone para aumento do seio. Aviso às interessadas: podemos negociar meus pneuzinhos...gordura eniquecida não vai faltar, asseguro.
fonte: revista Isto É 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Onde a Saúde e a Fé se Cruzam?

Número aproximado de religiões no Brasil: 140 (IBGE, 2000), sem falar nas pessoas que não declaram pertencer à uma religião específica, mas rezam e creditam sua fé à sua maneira. Só este fato já mostra que, na hora “do péga pra capar”, é na fé que as pessoas se agarram e não dá pra fazer de conta que não existe. Boa parte dos hospitais têm capelinhas. Esses cubículos costumam ser o refúgio ideial para aquela loucura de corredor de hospital, onde se vê gente ajoelhada, quase em transe, pedindo ajuda por alguém em estado crítico. Próximo ao centro cirúrgico, uma Senhora, de uma dessas religiões evangélicas, reza em voz alta pelo marido, junto com a filha. Sempre me pergunto se, afinal, rezar faz alguma diferença pra quem está numa UTI. Faz mais diferença pra quem reza ou pro doente? Onde ajuda e onde atrapalha?
Ótica do médico: Reinaldo Ayer é Professor de Bioética da PUC e declarou em entrevista que pela ética médica vale a preservação da vida. Segundo ele, o médico propõe alternativas terapêuticas adequadas ao paciente. Normalmente um ou mais procedimentos podem ir contra um preceito religioso, encontrando resistência por parte de parentes e até do próprio doente. Mas se a situação implica em risco de vida, o médico tem amparo legal para fazer o que considera o correto para salvar a pessoa, independente de razões culturais e religiosas.
Na literatura médica, impera o contraditório. A web é fértil nesse tema, tem de tudo contra e a favor da oração pelos enfermos. O fanatismo é um bom exemplo do que pode ser um inimigo à saúde, principalmente pelo aspecto sanitário e psicossocial. Se o estado de espírito do paciente, bem como da família é comprovadamente um fator determinante para o sucesso de um tratamento, pelo "sim"/pelo "não", fico com a declaração do Dr. Eugênio Ferreira, cirurgião e doutor da USP: “Com certeza aqueles que acreditam em uma religião podem se curar com mais facilidade do que aqueles que não crêem” - e creio que, sob a ótica do paciente, não eu nem o Dr. Eugênio estamos sozinhos nessa crença. Por isso, na dúvida, junte as mãos e reze. Não custa nada...
fonte|: Jus Navigandi e revista MedAtual