terça-feira, 30 de novembro de 2010

Low cost, low fare, low respect!

Pense rápido: fila em aeroporto, mas não a de embarque. Se fosse só esta, não seria de todo ruim – se tem fila é porque vai ter embarque – então, sorria. Mas a fila do tal do “check in”, essa é perversa. Você está lá esperando, sofrendo, mas nada garante que você vai embarcar. Desde que voar perdeu a graça e a elegância, o tal do low cost-low fare jogou no ralo o nível de serviço. Não, serviço não – o respeito. Bizarro mesmo é ter gente achando que a tal de Ryanair é o bicho, poque atira passagens a 6 euros como quem atira milho pra pombo. E quer carregar gente em pé e cobrar pelo banheiro - me poupe.
Meu cunhado comprou um terreno. Um dia, descobriu que o mesmo terreno tinha sido vendido a ele e a outra pessoa ao mesmo tempo. Qual a diferença disso pra um “overbooking”?  É desrespeitar a Física? Não. É abuso, é crime. Ok, aquele hábito antigo de bloquear duas reservas pra ver qual se confirmava primeiro acabou estimulando essa deformação - em parte, culpa nossa, mas isso é passado. Hoje, com tudo integrado via web, não tem mais choro nem vela. Fato novo: Dona TAM vai ter que repensar atitude. A ANAC (Agência nacional de Aviação Civil) cortou a cabeça e mostrou em sinal de aviso. Atrasou ou cortou vôo, castigo. Clima, estrutura de aeroportos, tudo isso é sempre a justificativa, mas a cultura de que “no final das contas quem fica no chão é o cliente”, essa tem que parar. “O órgão mais sensível do homem é o bolso” – nada de novo aqui. Sem poder vender passagem até 03 de dezembro, a TAM lidera a queda das ações na BOVESPA. E hoje comunica que os vôos estão rigorosamente normalizados - precisava isso? 
Discordo com aquele "speech" debochado que sempre vêm logo após o pouso “sabemos que a escolha da companhia é uma opção do cliente” – mentira. Ainda é “falta de opção”. Mas a atitude da ANAC me encheu de esperança quanto ao final do ano. Passageiro no chão, esperança no ar. Ao menos isso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tragicomédia da Economia - Por Joelmir Beting


BRIC PODE MUDAR PARA BRICA OU BRIICA
Dois países emergentes querem entrar no grupo que não existe, é só uma sigla. Mas uma sigla de respeito. Um deles é a África do Sul, que pede para ser incluída por ter a 31ª maior economia do mundo, o que equivale a uns 25% da menor economia do grupo, a Rússia.  O Bric passaria a ser Brica. Ou Briica, se for aceita a Indonésia, cuja economia está crescendo rapidamente, destacando-se entre outros emergentes. 
Bric é um acrônimo criado em 2001 pelo economista J.O'Neill, do Goldman Sachs e engloba Brasil, Rússia, Índia e China. O'Neill não aceita novos nomes, noticiam as agências internacionais. 

domingo, 28 de novembro de 2010

RJ - Guerra com torcida de Copa do Mundo

Jornalistas acuados na Invasão da Polícia ao 
Complexo do Alemão - Rio de Janeiro/Brasil

Num restaurante do aeroporto de São Paulo, uma tela de LCD reunia umas 30 pessoas. Só se vê isso em final de Copa. Gente tensa, meio que torcendo, atenção redobrada ao vídeo. Não era futebol, era o momento em que polícia civil, polícia militar e exército (chamadas Forças de Segurança) começavam a entrada no Morro do Alemão, no RJ. Pra quem não sabe, o Morro do Alemão é um complexo de 13 favelas (Slums) localizadas na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).  Nessa região do Rio de Janeiro existem mais de 100 mil pessoas numa área de 3 km². E muitos bandidos e quadrilhas que comandam ações criminosas na cidade se concentram nessa região. O que acontece hoje e sempre no Rio de Janeiro, não pode ser comparado a uma Colômbia, mas é um bom referencial. A integração das forças de segurança, uso de carros blindados, a coordenação direta de uma operação de guerra por parte do Comandante Geral da Polícia Militar (Coronel Mário Sérgio de Brito Duarte) e até o uso de Polícia Florestal pra que não exista evasão de bandidos por região de matas, são novidades pro Rio de Janeiro e para o Brasil – demonstração de força por parte do governo é novidade – contraria a cultura histórica da leniência. “Cada casa da região será minuciosamente revistada”, diz o Coronel Mário Sérgio em entrevista à imprensa.
Algo novo contra o crime organizado está acontecendo por aqui. E o brasileiro faz o que sempre soube fazer - torce pelo seu time do coração, nesse caso, forças policiais. Na verdade, essa é a última chance pra que Forças Políciais façam as pazes com a população. Polícia no Brasil tem sido sinônimo de despreparo e também de corrupção no caso do Rio de Janeiro. A cobertura intensiva da imprensa brasileira ao que acontece no Rio de Janeiro lembra a CNN cobrindo a guerra no Afeganistão. Mas guerra no Brasil tem seu charme - apesar do ambiente tenso, nunca foi tão intensa também a atenção da polícia com informação aos jornalistas. Entrevistar policiais em ação em pleno "pitstop" de batalha é novidade também. Só se via jornalista de colete à prova de balas cobrindo guerras pelo mundo, não aqui – tão longe e tão perto... o jornalista da Agência Reuters, Paulo Whitaker, foi atingido por estilhaços essa semana. Se a vida vai ficar melhor no Rio de Janeiro é cedo pra dizer. É certo que nada mais vai ser como antes. A palavra de ordem é "batalhão" - seja de policiais, de jornalistas, de pessoas denunciando. Outras grandes cidades pelo mundo já comprovaram que sociedade organizada em batalhões faz milagres. 


O Rio foi minha casa por 6 anos. Tenho uma relação de amor e desesperança com a cidade, mas isso pode mudar - o povo do Rio de Janeiro merece dias bem melhores. Por mais que gente corrupta esteja entre nós, tráfico, venda de drogas e crime organizado só interessa mesmo a quem deles participa
fonte: Globo.com e Estadao on line

sábado, 27 de novembro de 2010

Prontuário Eletrônico - "Mostre a sua Língua"

Um dia você acorda com manchas vermelhas enormes na pele, algum tipo de alergia. Você entra na web e acessa a agenda do seu médico. Checa horários e escolhe aquele que convém. Quando clica no seu nome, você encontra lá todas as informações sobre sua saúde – diagnósticos, exames, medicamentos, tratamentos, eventuais cirurgias e procedimentos realizados, tudo vinculado aos médicos, hospitais ou clínicas por onde você tem passado e em ordem cronológica. Você chega no seu médico e, ao iniciar a conversa, ele já consultou o mesmo cadastro e está pronto para fazer a anamnese. Você vai falando o que sente e ele vai vinculando mais informações sobre você aos seus sintomas.
Qualquer médico, laboratório ou serviço de saúde que você use deveria poder acessar informações suas, minhas, de qualquer pessoa, desde que autorizado e por uma razão específica: medicina preventiva é medicina estratégica e nesse campo, a existência de um prontuário único com informações sobre pacientes é um avanço necessário em boas práticas de saúde pública – só que já estamos atrasados. Um paciente é atendido ao longo da vida por inúmeros profissionais – desde enfermeiros até fisioterapeutas ou psicólogos. E passa também por diversos exames em diferentes locais, tomando diversos tipos de medicamentos – e só ele é capaz de responder a pergunta “O que você está sentindo?”, ninguém mais. Seguir esse rastro de forma organizada significa mais efetividade em achar os problemas e partir pra solução. A tomada de decisão não fica restrita à habilidade do médico em fazer escolhas. Ele vai ter mais suporte, pra avaliar riscos e oportunidades de conduta. Sob o aspecto legal, estas informações podem ajudar no registro histórico dos procedimentos, o que dá mais segurança ao paciente e também ao médico.
No mundo, tem gente olhando pra isso - A HIMSS é uma organização não governamental americana que se dedica a reunir informações e pessoas em torno de possíveis soluções na área da Saúde. Uma das comissões que possui é a Global Enterprise Task Force (GETF) que existe com a finalidade de estimular à implementação de prontuários eletrônicos ao redor do mundo. Os obstáculos são os mais diversos, conforme o país. Segundo declarações de Steve Arnold (Presidente da GETF), as dificuldades mais comuns são: tecnologia adequada, financiamento, padronização de procedimentos, intercâmbio de sistemas (para que se conversem) e infraestrutura de telecomunicações.
Um dos pilares da gigantesca reforma da Saúde americana é justamente um braço digital, focado em EHR (Electronic Health Records). Em março de 2010, o Congresso americano aprovou a execução do projeto ARRA 2009 (American Recovery and Reinvestment Act) com um aporte de 20 bilhões de dólares. O projeto consiste na adoção de ferramentas de registro de pacientes, com direito a plano de incentivos para os médicos que se cadastrarem de 2011 até 2015. Enquanto estudava para este artigo, meu pai olhou por sobre o óculos e sentenciou: “- Pra um projeto destes virar alguma coisa em 5 anos, precisa atuação forte das empresas de Planos de Saúde, que detém mais de 50% das “vidas” desse país. Se o governo se meter a gerenciar isso, esquece – serão 20 anos além dos 20 bilhões.” – sábio esse meu pai.  
Prefiro acreditar que um projeto com essa magnitude possa, nem que seja por inércia (na pior das hipóteses), repercutir por aqui. Quem sabe não demore tanto pra que mais informações possam ser dadas ao meu médico, muito mais rápido do que ele possa dizer “deixa eu ver sua língua”.    
Fonte: Health Care Brazil website.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Queria ser um Beatlemaníaco - parte II

Beatles Machine
The Beatles impecável

Bandas cover são sempre autênticas. É simples: ou desempenha bem o papel, ou vira uma colagem mal feita. E covers dos Beatles me fascinam – ver um cover dos Beatles é como estar em “transe”, pelo preciosismo na busca da mesma sonoridade, as pausas, os trejeitos, até os mesmos erros – é um trabalho de autêntico detalhe. Existe muita verdade nisso, pois é resultado de muita dedicação e adoração mesmo. Em junho de 2010, tive o privilégio de assistir à banda curitibana Beatles Machine, do meu amigo Dr. Alfreli Arruda e tudo isso estava lá, impecável, irretocável.
Histórias de beatlemaníacos...Paul tocou a bateria na gravação original do rockão Back in U.S.S.R. (Álbum Branco – 1968), performance impecável. Quando, mais tarde, um jornalista perguntou a John Lennon se Ringo era o melhor baterista do Rock, John disparou: “Ele não é nem o melhor baterista dos Beatles”.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Queria ser um Beatlemaníaco

Beatles cruzando a Abbey Road
Capa de um dos últimos álbuns da Banda

Um “beatlemaníaco” daqueles messiânicos cantarola as letras e tem todos os CDs (os originais e os masterizados). Vai passear em Londres, atravessa a Abbey Road e, se for um com ISO 9000 mesmo, sabe histórias sobre os fab fours, distinguindo as verdadeiras das folclóricas. Não só não sou “beatlemaníaco”, como acho que não fico nem no 2º escalão. Se fosse, saberia tocar pelo menos umas 5 músicas na viola, mas nem isso. Estive em Londres e não fui na Abbey Road (lembrei dela no último dia, indo pro aeroporto) – que vergonha. Se tivesse que prestar um ENEM só sobre Beatles, provavelmente teria problemas. Mas gosto da música deles, das coletâneas e li alguns livros bem legais sobre Sgt. Peppers Lonely Heard Club Band e John Lennon. 
A passagem de Paul Mccartney pelo Brasil não me deixou indiferente, gosto mais do Paul do que dos demais. De tanto que se tem falado sobre ele, algumas histórias me chamaram a atenção. Por exemplo, o álbum Band on the Run (1973), considerado o melhor depois dos Beatles, quase foi gravado no Rio de Janeiro. A EMI-ODEON tinha na época um dos seus melhores estúdios no Rio e este estava na lista de Paul Mccartney – acabou sendo feito em Lagos na Nigéria, onde as demos do disco foram roubadas, dois músicos da banda debandaram e o casal Mccartney foi ameaçado de morte. Época boa, quando o Rio era bem mais tranquilo que Lagos, hoje não dá pra por a mão no fogo. Demorou, perdeu, Mr. Mccartney. Perdeu.
Pra baixar o disco "Abbey Road", um clássico dos Beatles de 1969, clique aqui. Um presente especial pela passagem de Paul pelo Brasil.
Fontes: R7 website, wikipedia e globo.com

domingo, 21 de novembro de 2010

O mundo "entre aspas" 12


Jô Soares

"Era um sujeito realmente distraído: na hora de dormir, beijou o relógio, deu corda no gato e enxotou a mulher pela janela". [Jô Soares]

"Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta?" [Dorival Caymmi]
"Mais do que em qualquer outra época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto. O outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de saber escolher” [Woody Allen]

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre Fittipaldi, laranjas e seus multiprocessadores

Emerson Fittipaldi
O maior exportador brasileiro
de suco de laranja
Nunca fui fã de suco de laranja. É colorido, mata a sede, mas se não tiver, não me faz a menor falta no cardápio. Pensava em laranjas, me vinha o Emerson Fittipaldi, que exporta rios da fruta pros EUA desde sempre. Esse pseudo-desdém veio de uma certa vez, durante uma reunião de trabalho, em que só me dei conta de que tinha ingerido um suco azedo quando tive que sair correndo, no meio de uma apresentação – o mundo todo girava e eu lá abraçado à privada.  Um dia, chego em casa e me deparo com um “trambolho” sobre a pia da cozinha – um daqueles multiprocessadores imponentes. Tenho que dizer que “pessoalmente” é mais bonito do que na televisão e nos sites de compra. A “chefa” da casa se enamorou por um desses e aí muita coisa mudou no cardápio do dia. Daí para a entrada em casa de uma “saca” de laranjas, direto pra gaveta do refrigerador, foi um passo até o supermercado.
Descobri, por exemplo que, além de existirem no Brasil mais de 180 milhões de pés de laranja (uma pra cada brasileiro – o meu já está plantado e tem plaquinha de identificação), a laranja tem Hesperidina. A Hesperidina tem sido estudada em profundidade e, segundo estudo conduzido por Nancy Bonifácio (Pesquisadora e Professora de Nutrição Humana na UNESP – Araraquara, São Paulo/Brasil), tem atividade hipotensiva e diurética em animais experimentais, fator que impacta diretamente na diminuição da pressão arterial.
Outras referências e artigos da web falam de melhoria da função endotelial, mas aí vale mais à pena dar uma lida nos comentários da Dra. Nancy, estão mais didáticos (Agrofit website). Fiz as pazes com o suco de laranja, mas ninguém mais me pega em hotéis, restaurante e outros lugares públicos. Suco, só no "master-super-fantastication" multisuperprocessador...CHEARS!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Sudoku e as bactérias amestradas...(!?)

Sudoku. Ô joguinho esse – um quebra cabeça de mesa, de jornal (e digital, pois pode-se jogar na web, pra variar) baseado na disposição dos números seguindo uma determinada lógica. Mas se aquarianos não tem lógica (ou melhor, a nossa lógica é meio “torta”, pra simplificar), o que fazer? Quem pode querer resolver um Sudoku se toda pergunta sempre parece ter várias respostas, mesmo as mais simples e diretas? Num daqueles dias de mofar em aeroporto, comprei um Sudoku (o versão fácil) e um lápis borracha na banca do aeroporto de Brasília – li a regra básica: "cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9". Uma hora e meia, três páginas rabiscadas e um lápis borracha sem bunda após, pedi arrego me sentindo uma bactéria, achando menos estressante ficar olhando as alterações dos vôos dançando no quadro visor. Se encerrava ali minha iniciação a aprendiz de John Nash, de "Uma Mente Brilhante".
Taí um bom lugar para treinar bactérias no SUDOKU
Lembrei disso quando soube de um fato que, pra mim, foi a pá de cal na minha relação mal aparada com o Sudoku – dá pra programar bactérias pra jogar Sudoku...e elas ganham. Estudantes japoneses programaram cepas de Escherichia coli. Elas recebem informações genéticas únicas que "carregam" as regras do jogo e são capazes de transmitir essas regras para outras bactérias – no final, eles são capazes de definir cor e posicionamento, resolvendo o jogo. Coisa de maluco.
"Como o Sudoku tem regras simples, achamos que as bactérias talvez pudessem resolvê-lo para nós se desenvolvêssemos um padrão para elas seguirem", diz o coordenador do estudo Ryo Taniuchi.
Ok, que cada vez mais bactérias trabalhem para nós e não contra nós. Se você, um belo dia, estiver jogando o seu Sudoku e perceber que os quadrinhos meio que se preenchem sozinhos segundo um comportamento recorrente, cuidado - alguém na Universidade de Tóquio esqueceu de parar o processo após terminado o estudo. O Sudoku tem regras simples, bactérias são estruturas relativamente simples. Meu consolo é me achar complexo demais para pensar como uma bactéria. Ou não?
fonte: folha.com  e Wikipedia

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Últimas do XX Pan americano de Squash - Guatemala

O torneiro Pan americano de Squash, ocorrido na Guatemala semana passada (5 a 14 de novembro) definiu as equipes para o Pan americano no México em 2011. A equipe brasileira de Squash está classificada. Nosso super atleta e correspondente Manoel Pereira deu a ótima notícia, recém chegado do torneio:
Karen Redfern, Marina Costa, Thaisa Serafini,
Rafael Alarcon e Manoel Pereira

(foto: Carolina Raucci)

"Conseguimos a classificação para os jogos Pan-americanos do ano que vem que acontecerá no México! Nós perdemos nas semi-finais para o Canadá e ficamos em quarto colocado, mas com esse resultado conseguimos a classificação".

Manú, parabéns, não podia ter notícia melhor! E parabéns a esse time de feras que garantiu a presença do Brasil no México em 2011. Mais um passo importantíssimo na consolidação do Squash no Brasil e no mundo.
Estaremos com vocês!




mais fotos do Pan na Guatemala: Guatemala 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pesquisadores do Incor associam apneia do sono à síndrome metabólica

Pesquisadores do Instituto do Coração (Incor-USP) propõem que a apneia do sono seja considerada mais um componente da síndrome metabólica - condição associada a um risco elevado de doenças cardiovasculares.

Paulo Pinto/AE
Paulo Pinto/AE
Cuidado. O pneumologista Geraldo Lorenzi Filho; exame de polissonografia ajuda identificar apneia em paciente diagnosticado com a síndrome metabólica

Os cientistas descobriram que a maior parte das pessoas com a síndrome tem apneia, apesar de não suspeitar. A presença da apneia poderia aumentar ainda mais o risco de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e enfartes nesses pacientes.
A síndrome metabólica reúne pelo menos três das seguintes condições: obesidade, pressão alta, diminuição do colesterol bom, aumento dos triglicérides e resistência à insulina. A apneia ajudaria a compor o quadro da síndrome, segundo os estudiosos.
O trabalho examinou 152 pacientes com síndrome metabólica por de 14 meses. Todos foram submetidos ao exame do sono por meio da polissonografia, mesmo quando não havia sintomas que recomendassem o exame. A conclusão: 92 deles (cerca de 60,5%) também sofriam de apneia enquanto dormiam. A maioria desconhecia o problema.
Segundo Geraldo Lorenzi Filho, coordenador da pesquisa, 30% da população brasileira sofre de diferentes graus de apneia, ou seja, metade dos pontos porcentuais observados nos pacientes estudados.
Com 142 quilos e 1,82 metro de altura, o engenheiro de manutenção Ricardo Teiji experimenta todos os dias o incômodo decorrente da interação entre problemas do sono e obesidade. Para ele, a altura do ronco sempre foi proporcional à marca da balança. "Minhas melhores noites foram enquanto mantive meu peso em 115 quilos", conta. "Ronco a noite inteira e durmo sentado em alguns momentos do dia."
Mas os especialistas alertam que muitos participantes no estudo não sentiam sonolência diurna e, por isso, não sabiam que sofriam de apneia do sono. "Ainda é muito subdiagnosticada", avalia o cardiologista Luciano Drager, autor principal do artigo. Para Lorenzi Filho, o trabalho mostra a conveniência de realizar exames de polissonografia para identificar apneia em pessoas com a síndrome. O estudo também sugere que a apneia do sono não é só um coadjuvante. Ela agrava o quadro geral. Os pesquisadores analisaram, no sangue de cada paciente, a presença de substâncias associadas à síndrome metabólica - triglicérides e açúcar - e a marcadores inflamatórios que aumentam o risco cardiovascular (a proteína C reativa e o ácido úrico). Nas pessoas com apneia, os níveis dessas substâncias eram maiores que nos pacientes com síndrome metabólica e sem apneia. O resultado ratifica a tese de que pacientes com apneia podem correr um risco maior de complicações cardiovasculares, como AVC e enfarte.
Já se suspeitava da correlação entre síndrome metabólica e apneia. Estudos anteriores tentaram avaliar a prevalência de condições como a obesidade, o diabete e a hipertensão - que acompanham a síndrome - em pacientes com diagnóstico prévio de apneia. Os pesquisadores do Incor realizaram a análise inversa: investigaram a prevalência da apneia do sono em pessoas que já tinham diagnóstico de síndrome metabólica. "Trata-se de uma questão mais relevante, pois pode apontar um fator de risco ignorado até agora nos pacientes com a síndrome", diz Drager.
A pesquisa, que contou com a participação de especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, foi publicada na revista científica virtual PLoS One (plosone.org). "Estabelecer os motivos que conectam distúrbio de sono à síndrome simbólica é extremamente importante", afirma Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). "O estudo reforça a ideia de que uma forma de combater a apneia é por meio de exercícios físicos que contribuam com a perda de peso."
Os médicos do Incor já iniciaram uma segunda fase da pesquisa. Com a participação do grupo de reabilitação cardiovascular do Incor, eles analisarão os efeitos dos exercícios físicos em pacientes diagnosticados com os dois problemas. Eles creem que a perda de peso poderá diminuir a apneia. "Um problema a princípio neurológico poderá ser tratado com a ajuda da endocrinologia e assim evitar uma série de consequências que diminuem a qualidade de vida do paciente", diz Márcio Bezerra, neurologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Associação Brasileira do Sono (ABS). Outra abordagem que será testada é o uso de um aparelho que impede o fechamento da garganta durante o sono - o CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua de vias aéreas superiores). Segundo Drager, o objetivo é verificar se o tratamento da apneia reduz os riscos de doenças cardiovasculares em pessoas com síndrome metabólica.
matéria na íntegra - estadão.com

sábado, 13 de novembro de 2010

LEGO e PLAYMOBIL - diversão garantida até em vídeo

Vale a máxima hoje e sempre de que o que é bom e legítimo permanece e normalmente, são idéias genialmente simples - esse é o peso da real inovação. Na minha infância (e de toda a turma de mais de 40), os minifigs (minifuguras) da Playmobil eram um vício. Não lembro bem, mas penso que no Brasil, fizeram mais sucesso que LEGOs – a coisa de criar cenários parecia fazer mais sentido à imaginação da criançada do que as peças intercambiáveis. Mas o tempo passou e mostrou que ambos são originalmente fantásticos e de possibilidades inimagináveis. Tanto que assim como a Playmobil copiou um pouco do conceito LEGO, de peças intercambiáveis (as casinhas hoje permitem mais de uma configuração, por exemplo), a LEGO partiu também para minifigs concebidos pela Playmobil.
Vá no Youtube e veja os maravilhosos absurdos feitos com esses dois conceitos - ah sim, a boa e velha música em tudo se apresenta. A criançada pode viajar nisso, mas com certeza os pais viajarão muito mais – quem mexe com arquitetura, design, moda, vídeo, então, nem se fala. Aliás, uma dica – além de apresentar divertidos vídeo clips feitos com Playmobil e LEGO, você dá a chance aos seus filhos de conhecer o lado saudável da web. No futuro eles te agradecerão por isso. Veja dois bons exemplos de reinvenção:  Beatles e Queen! (valeu Izabel pelo insight!)


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CPMF - quero meu colchão


Tem gente falando seriamente no retorno da CPMF. Pra quem já está há muito tempo fora do Brasil ou nunca esteve por dentro, a sigla é o nome de um imposto criado basicamente para custeio da saúde e da previdência social no Brasil (e cujo foco, deturpado ao longo do tempo, fez o recurso migrar pra outras finalidades) – em suma, virou um achaque de 0,38% sobre operações financeiras, que entrou em vigor em 1997 e durou 10 anos - o famoso imposto sobre o cheque (direto no nosso bolso). Só um detalhe: deve fazer uns...três meses que eu não passo uma folha de cheque. Esses dias, perdi meu talão (aquilo que não se usa, atrofia). Consternado, fui ao banco e cancelei aquelas folhas, passei no caixa eletrônico e retirei outras avulsas – 2 reais por folha, sendo que só se retira um mínimo de 12, outro achaque. Ok, saí reclamando, mas resignado. Moral da história – uma semana depois, achei meu antigo talão (agora, inútil) em uma gaveta. E passadas mais outras 2 semanas, não tinha sequer usado uma folha das avulsas. Não se usa mais cheque. Antigamente, um taxista ainda trocava o seu cheque no posto de gasolina pagando mais que o preço normal pelo litro de combustível e, nessa barganha, se livrar dele (o posto atuava como uma espécie de factoring disfarçada e bem cara). Experimente, hoje em dia, passar um cheque a um taxista mais exaltado - você vai ver o lado negro da força...
Como o uso dos cheques está minguando, o assalto certamente vai vir pelo cartão de saque, mas já estou preparado. Não uso mais cartão de saque, na verdade estou encerrando relações com meu banco. Comprei um colchão Castor com gavetinha estofada, discretamente instalada abaixo da cama “Box”. Quero ver se o governo vai mandar a Castor, a Ortobom ou a Probel colocar um chip rastreador e a prova de naftalina para xeretar meus trocados.
fonte: Wikipédia 

Squash na Guatemala - Diário de Bordo do Manú


Mensagem do nosso Squash Player Manú Pereira, do outro lado da América Latina:
"Olá Daniel, no individual o Rafa (Alarcon) pegou a prata. Na de duplas, perdemos. Nas de Grupos, ganhamos do Equador, Guatemala e do Chile. Ontem começou a chave e ganhamos de El Salvador nas quartas de finais. Hoje jogaremos a semi- final com o Canadá!"
Manú e Rafael, estamos aqui torcendo por vocês e curiosos para saber mais sobre esse super desafio. Pegada firme na raquete que aqui tem torcida! Saúde pra Vocês.

Outubro de 2010 vai ficar na história do Squash em Jundiaí (SP/Brasil)

Outubro foi um mês generoso de um ano generoso para o Squash na pacata “Jundiaí city”, com seus 349.929 habitantes segundo o IBGE (2009). A Academia Via Brasil recebeu a 11º etapa do Campeonato Regional. Houve duelo de titãs na final da 1º classe – Professores Julio (Squash Jundiaí) e Sérgio (Via Brasil) brigaram até o final, ponto a ponto, set por set. Professor Sérgio, em ótima fase e jogando todos os torneios, levou essa final. Na Classe Especial, Jaime Xavier e Kiki (ambos de Campinas/São Paulo) disputaram a final – 3x1 para o Kiki. Com apenas 16 anos e com essa performance, alguém tem dúvidas de onde o Kiki é capaz de chegar?
Familia Berbel
Rio de Janeiro - Brasil
Um talento chamado Berbel
Jundiaí tem produzido um forte Campeão, passo a passo. Tenho falado aqui, ao longo de 2010, no Vinícius Berbel (Berbelzinho) - o "SeES!" tem acompanhado suas andanças. Só que o danado não para, o que torna desafiadora a tarefa de atualizar as novidades na mesma velocidade com que coleciona troféus, vejam: No 1° OPEN DE SQUASH DE BH (Belo Horizonte, academia Winner), ele faturou o Juvenil SUB 11 - campeão sul americano absoluto. Na mesma ocasião, levou também o 3º lugar no Juvenil SUB 13. Na Via Brasil (Jundiaí), Berbelzinho jogou o Juvenil (até 15 anos) e fez sua estréia na Iniciante Adulto, sendo que foi Campeão na Juvenil e Vice-Campeão na Iniciante Adulto.  No Campeonato Brasileiro de Squash (academias Rio Squash Club e Clube Paissandú, ambas no Rio de Janeiro), levou os troféus de Campeão Brasileiro do SUB 11 (sem perder nenhum set) e Vice-campeão Brasileiro do SUB 13, perdendo a final para o Pedro Gomes (bi-campeão Sul Americano). Na próxima etapa do Brasileiro, que será em Curitiba, Berbelzinho já é primeiro colocado na SUB 11, por saldo de pontos. Vai brigar então pela 1ª colocação geral na SUB 13 (e só precisa de uma vitória).
E pelo visto, o foco no êxito é uma questão de DNA – o Paulo Berbelzão, está em 1º lugar na categoria Master C e em Curitiba vai brigar pela primeirona Geral no Brasileiro – piece of cake...Parabéns "Berbéis" do Squash.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É preciso humanizar o Marketing...como assim?

Essa vai pra quem respira ambiente corporativo, trabalhando “de sol a sol” (como se diz no sul) e tomando decisões minuto a minuto, quer sejam sobre estratégias, pessoas ou as duas coisas. E não estou falando só de alta gerência, pois temos muitas pessoas em níveis hierárquicos ditos “menores” com responsabilidades de gente grande – aliás, estas me preocupam ainda mais, pois normalmente são as que recebem menos atenção, menos coaching dos seus “lideres”.
Philip Kotler é um senhor de 80 anos que pode se gabar de ter inventado o Marketing tal qual a gente conhece – marketing pessoal e marketing social são invenções dele, para dar apenas dois exemplos. Dá aulas na Kellogg Scholl of Management (EUA), escreveu pilhas de livros sobre estratégia e influencia fortemente a condução de grandes empresas mundo afora. Mas como ele está sempre muitos passos a frente da realidade, ser discípulo de Mr. Kotler não é pra qualquer um. Ele defende 3 pilares que seriam a escala evolutiva do Marketing: O Marketing 1.0 – a empresa centrada no produto; O Marketing 2.0 a empresa orientada ao cliente; Por fim, o Marketing 3.0 – A empresa que compreende seus clientes e partilha com eles seus valores. Esse processo é o que classificaria uma organização de sustentável no longo prazo e, segundo Mr. Kotler, hoje apenas 5% das empresas no mundo atingiram o 3º patamar. Em palestra na Expomanagement 2010 (de 08 a 10 de novembro, 2010 - São Paulo/Brasil), Philip Kotler listou oito características das empresas (e suas marcas) mais admiradas no mundo:
Philip Kotler
Pai do Marketing há 60 anos

  • Alinham os interesses de todos os grupos de investidores.
  • Os salários de seus executivos são relativamente modestos.
  • Adotam uma política de “portas abertas” de acesso à alta gerência.
  • Os salários e benefícios são acima da média da categoria;
  • Contratam pessoas entusiasmadas por clientes, o treinamento destas é mais longo e a rotatividade é baixa.
  • Consideram os fornecedores parceiros legítimos, que colaboram para melhorar a produtividade, qualidade e para reduzir os custos.
  • Acreditam que a cultura corporativa é seu maior ativo e sua principal fonte é a vantagem competitiva.
  • Seus custos de Marketing são muito menores que os de outras empresas do setor e, ao mesmo tempo, a satisfação e a retenção de clientes são muito maiores.
Lendo com atenção a lista, dá pra ver que boa parte destas boas práticas diz respeito a um balance entre pessoas+negócios. Não é pra menos que a defesa de Mr. Kotler tem sido a de "humanizar o marketing para diferenciar as empresas e suas marcas" (se Marketing envolve justamente a relação das pessoas com os produtos, tem algo de paradoxo nessa busca). Mas não vemos muita atitude rumo a esse balance na agenda dos Executivos de muitas empresas – falo de agenda do dia mesmo, não apenas intenção. Quer um exemplo simples? Reflita por três minutos sobre como funciona o RH da sua empresa – está mais para Departamento de Desenvolvimento de Pessoas ou para um “DÊPÊZÃO" focado em recrutamento, solução de contendas trabalhistas/gestão de folha de pagamentos? É a isso que me refiro quando afirmo que Mr. Kotler está sempre muitos passos a frente da realidade, o que é uma pena. Bom pra Mr. Kotler (vai ter sempre trabalho garantido pra ele e para várias gerações), nem tanto pra quem acredita realmente que Marketing é coisa de humanos para humanos.
fonte: HSM Online 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Squash Brasileiro no XX Campeonato Pan-americano na Guatemala

Manoel Pereira
A qualidade e ousadia do Squash Brasileiro

O Brasil segue em evidência no cenário do Squash mundial. O nosso Super Squash Player Manoel Pereira foi convocado para um desafio que não é para qualquer um – está integrando a Seleção Brasileira de Squash que joga o Pan-americano de Squash na Guatemala – este torneio está rolando entre os dias 8 e 15 de novembro de 2010 - vale a classificação do Brasil para os Jogos Pan-americanos de 2011 no México.
Palavras do Manú, direto da Guatemala: "Estou muito feliz por que é primeira vez que faço parte da equipe Brasileira e que participo de um Pan-americano. Será uma disputa muito importante por valer a vaga do Brasil para os Jogos Pan-americanos do ano que vem que serão no México".
A equipe de Manuel Pereira é composta por: Roberto Sciencia e Tarik Kamal (Treinadores), Marcelo Sousa (Preparador Físico), Cheila Casagrande (Psicóloga) e para garantir um bom apoio fisioterápêutico, a  Physio Atlhetic dá o suporte. O Manú atualmente é o 3 º  jogador no ranking nacional e o 128º no tanking mundial. É isso aí Manú, mostre pro mundo o que é o Squash brasileiro - um estilo que combina qualidade, ousadia, rapidez e principalmente a vocação para driblar a falta de incentivo ao esportista profissional. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Biossimilares - próxima aposta no mercado farmacêutico

Remédios biotecnológicos são 1/5 do mercado de medicamentos no mundo e à medida que as patentes de produtos convencionais vão expirando, o investimento das empresas na produção de genéricos desse segmento fará esse mercado crescer ainda mais. Um exemplo? Pfizer fechou acordo com a Indiana Biocon para a produção e venda de insulina – Biocon produz e Pfizer vende. Mais gente prepara fortes acordos nesse sentido.
Entrar no mercado de Biossimilares parece ser o caminho natural no curso de empresas do segmento farmacêutico. Apesar da complexidade que envolve a produção destes medicamentos, as empresas de genéricos tem cada vez mais acesso à tecnologia de ponta. Permanece o desafio frente às agências reguladoras e ao médicos, uma vez que eventuais diferenças entre o original e a cópia podem significar risco para o paciente - neste caso, a vantagem natural é das empresas farmacêuticas tradicionais.
Apesar de muita gente meter o olho nesse mercado, a barreira de entrada vai ficar por conta das empresas já estabelecidas. Desta forma, poucas vão ser as eleitas, provavelmente mediante parcerias estratégicas (exemplo da Pfizer) – isso evita enorme desgaste com brigas judiciais e ninguém sairia ganhando muito com isso.
fonte: The Economist

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Pessimismo salva - Acredite

O pessimismo é bom e sábio, acredite. Não existe a pessoa pessimista por completo, existe um estado, uma forma de ver um determinado acontecimento naquele momento. Existem episódios onde a visão pessimista salva, enquanto que a “Pollyana” morre sem saber de onde veio a martelada – não tinha plano “b”, nem conseguiu antever os fatos, coitada. Sim, eu li Pollyana, Eleanor H. Porter. Na época, era um livro de meninas, mas eu nunca nutri esse tipo de linha limítrofe, livro pra mim era livro e pronto (lia “Tubarão” com a mesma curiosidade com que lia “Memórias de um Fusca", de Ganimedes José).
Arthur Schpenhauer
O Filósofo do Pessimismo
O “estar” pessimista ajuda a raciocinar melhor, com frieza e sem o atributo da emoção. As vezes, atribuir valor atrapalha e o pessimista normalmente é desapegado a isso quando enxerga um fato e precisa tomar uma decisão – tem menos chance de quebrar a cara. E normalmente deixa os “otimistas” tomarem a frente, enquanto fica “mineirando” o lance para dar o bote. Aliás, tendo vivido em Minas Gerais, aprendi a admirar os mineiros por esse "pé atrás" no DNA. Um amigo meu, mineiro, declarou: "esse jeitão garante melhores negócios e maiores garantias". Acredito nele.
Arthur Schopenhauer dizia que o homem é escravo da sua vontade. Fora o fato de ser intelectualmente mais complexo, isso iguala o ser humano a todos os outros animais.  Por acreditar que a Vontade não pode ser exercida livremente, é apontado como o filósofo do pessimismo – mas é dele o exemplo de ver as coisas de forma fria e analítica “a coisa em si”, sem embelezamentos. A diferença clara é a atitude. O pessimismo destrutivo é o imóvel, contemplativo – o Titanic afunda enquanto a orquestra segue tocando. O pessimismo produtivo é o que se move em defesa. É o realismo em ação, desviando do obstáculo e buscando plano “b”, “c” e “d”. Esse é o pessimismo em estado puro, o que salva e não o entusiasmo festivo de primeira viagem. Schopenhauer estava certo e os mineiros também.